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sexta-feira, 10 de julho de 2009

QUANDO A LITURGIA SE TORNA MERA BRINCADEIRA





Não quero colocar aqui em questão que rito é melhor, o Tridentino ou o de Paulo VI. Sabemos bem que os dois são aprovados e mostram bem o sentido do verdadeiro sacrifício de Cristo. O que quero é questionar como andam os ritos em nossas paróquias, principalmente o rito novo, que é tão ultrajado.

Como anda nossa liturgia?
Como esta sendo cumprido o preceito deixado, por Jesus a nós?

Vemos perfeitamente que, no Brasil, atrocidades são cometidas a liturgia, tirando o verdadeiro sentido que ela deve transmitir. Tirando o sentido, a sacralidade e a verdadeira beleza do rito, embora a Eucaristia, que é o centro da celebração , esteja lá. No entanto, o fiel acaba não tendo a devida atenção ao sacrifício de Cristo. Adornam a Santa Missa com eventos que só chamam a atenção para si, tirando dos fiéis a atenção que se deve ter ao Sacrifício de Cristo.
Como quis transmitir, o Papa, enquanto cardeal e prefeito da Congregação para a doutrina da Fé, a liturgia tem sido vítima de uma usurpação de sentido. O humano tem ganho posto central. Vemos isso nas folhas, nos cantos e nos atos.

“A história do bezerro de ouro alerta para um culto autocrático e egoísta em que, no fundo, não se faz questão de Deus, mas sim em criar um pequeno mundo alternativo por conta própria. Aí, então a Liturgia se torna mera brincadeira. Ou pior: ela significa o abandono do Deus verdadeiro, disfarçado debaixo de um tampo sacro.” (RATZINGER, Joseph. Introdução ao Espírito da Liturgia. Paulinas: Prior Velho (Portugal), 2006, p.16)

“Este culto torna-se uma celebração da comunidade para com ela própria; ele é uma auto-afirmação. A adoração de Deus torna-se num rodopio em volta de si próprio: o comer, o beber, o divertir-se; A dança em volta do bezerro de ouro é a imagem do culto à procura de si, tornando-se numa espécie de auto-satisfação frívola.” (RATZINGER, Joseph. Introdução ao Espírito da Liturgia. Paulinas: Prior Velho (Portugal), 2006, p.16)

QUANDO SE TORNA CELEBRAÇÃO DE SI

Sobre a missa celebrada com o padre de frente ao povo o papa afirma:

“Cada vez menos é Deus que se encontra em destaque, cada vez mais importância ganha tudo o que as pessoas aqui reunidas fazem e que em nada se querem submeter a um “esquema prescrito”. O sacerdote que se volta para a comunidade forma, juntamente com ela, um círculo fechado em si. A sua forma deixou de ser aberta para cima e para frente; ela encerra-se em si própria. Voltar-se em conjunto para o Oriente, não era uma “celebração da parede” e não significava do sacerdote “virar costas ao povo”: no fundo, isso não tinha muita importância. Porque da mesma maneira como as pessoas na Sinagoga se voltavam para Jerusalém, elas voltavam-se aqui em conjunto “para o Senhor”. (RATZINGER, Joseph. Introdução ao Espírito da Liturgia. Paulinas: Prior Velho (Portugal), 2006, p.59) 5

A opinião acima do, na ocasião, Cardeal Ratzinger, hoje Papa, é passível de discussão, contudo ele têm razão em um ponto:
Aliada a outros erros litúrgicos, a posição do sacerdote tona o humano centro da liturgia. Claro que a posição do sacerdote, em si, não é o problema, mas justamente a idéia que fazem dela com o agravante da falta de catequese. A posição do sacerdote de costas ao povo já demonstraria que não é ele (sacerdote) o centro do rito.
Não sou pessoalmente favorável a missa com o sacerdote virado de costas ao povo, mas para que a missa, que assistimos todos os domingos, tenha o real sentido restaurado é necessário o empenho dos sacerdotes e leigos mais esclarecido em ensinar e mostrar comportamento adequado para a execução de uma missa igualmente adequada. O Sacerdote deve retomar o seu lugar de sacerdote e o leigo o seu lugar de leigo.

“Considero as inovações mais absurdas das últimas décadas aquelas que põem de lado a cruz, a fim de libertar a vista dos fiéis para o sacerdote. Será que a cruz incomoda a eucaristia? Será que o sacerdote é mais importante do que o Senhor” (RATZINGER, Joseph. Introdução ao Espírito da Liturgia. Paulinas: Prior Velho (Portugal), 2006, p.62)

A recomendação acima do Cardeal é muito fácil de ser observada, visto que são poucas as igrejas do Brasil que se utilizam da cruz sobre a mesa do altar, mas ela é indispensável. Para saber sobre isso pedi ajuda a um amigo meu que é mestre de cerimônias. Valeu Andenson.

QUANDO VIRA DIVERSÃO DE GÊNERO RELIGIOSO

“A dança não é uma forma de expressão cristã(na liturgia)*. Já no século III, os círculos gnósticos-docéticos tentaram introduzi-la na Liturgia. Eles consideravam a crucificação apenas como uma aparência: segundo eles, Cristo nunca abandonou o corpo, porque nunca chegou a encarnar antes de sua paixão; consequentemente, a dança podia ocupar o lugar da Liturgia da Cruz, tendo a cruz sido apenas uma aparência. As danças cultuais das diversas religiões são orientadas de maneiras variadas, invocação, magia analógica, êxtase místico; porém, nenhuma dessas formas corresponde à orientação interior da Liturgia do “sacrifício da Palavra”. É totalmente absurdo, na tentativa de tornar a Liturgia “mais atraente”, recorrer a espetáculos de pantominas de dança, possivelmente com grupos profissionais, que muitas vezes, terminam em aplauso. Sempre que haja aplauso pelos aspectos humanos na Liturgia, é sinal de que a sua natureza se perdeu inteiramente, tendo sido substituída por diversão de gênero religioso.” (RATZINGER, Joseph. Introdução ao Espírito da Liturgia. Paulinas: Prior Velho (Portugal), 2006, p.147)
Grifo meu*

Devemos lembrar das inumeras "coisas" antiliturgicas que introduziram na missa a outras inumeras partes que sacerdotes e leigos retiraram do rito. Confesso que eu mesmo já havia ajudado em muitas delas. Mas, logicamente, percebia que elas atraiam a atenção para mim e não para Cristo. Quem era aplaudido não era cristo, era eu. Essas situações aguçam o ego e não contribuem em nada com o sacrifício de Cristo.
Percebo também, hoje, o quanto faz falta os paramentos retirados e o rito mutilado que é oferecido a Deus hoje.

Devemos retornar para a liturgia correta do missal. E deixar de inovar e permitindo que no o sacrifício de cristo seja ele o centro.

Meritos das pesquisas dos documentos:
Ervandro Junior - Comunidade católicos não adoram imagens.

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