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quinta-feira, 31 de julho de 2008

Barro na Mão do Oleiro.

Amigos,

Hoje, na 1º Leitura(Jer:18,1-6), somos convidados ao abandono nas mãos o Oleiro que pode transformar o barro disforme e sem importância, muitas vezes deformado pela vida, pelo julgamento e pelas más escolhas; em um recipiente útil, preparado para encher-se.

Com tudo esse pré-recipiente precisa estar disposto, não só em se deixar moldar, mas também precisa querer o abandono de si para se dispor ao seu criador que o enche conforme a sua vontade.

Somos nós comparado ao barro sem valor que por sorte é usado por Deus para dar utilidade as nossas vidas servindo a outros. Sermos algo, mas algo que serve.

Já no Evangelho o Reino de Deus é comparado a Rede do pescador. os Anjos, ordenados por Deus, puxam as redes cheias (ou nem tão cheias assim). Mas nas redes virão peixes bons e peixes ruins.

Quem tem uma vivência de comunidade sabe que existem peixes ruins na comunidade de Deus. Mas serão eles sempre definidamente bons e ruins? Não somos nós as vezes também peixes ruins.

Sem fazer paródia, muitas vezes puxamos a sardinha para o nosso lado e achamos que temos razão. Mas todos acham que tem. Será que alguém se acha ruim, pelo menos dentro das comunidade?

Com isso Deus nos convida a cuidarmos de nós mesmo e deixarmos o julgamento para Ele. Ele saberá distinguir os bons dos maus.

Analisando as duas leituras vemos que para ser o que devemos é preciso abandonar-se como o barro nas mãos do Oleiro, deixar-se moldar. Com isso seremos peixes bons na Rede do Reino de Deus para a sua honra e glória. Não devemos nos preocupar em quem é bom ou ruim, pois até mesmo os ruins têm a chance de serem remoldados conforme a vontade do Pai.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Vergonha de serviço

Por Leonardo Campos.

Fiz esse blog para reunir material de doutrina Cristã Católica, mas como o Católico é chamado a ser um bom cidadão, não poderia deixar de registrar aqui a minha indignação de cidadão.

Para quem não sabe, sou do Rio de Janeiro mais precisamente da baixada fluminense (Nilópolis).

Todos os dias, como inúmeros outros cidadãos tenho que fazer uso do péssimo e perigosíssimo serviço da Supervia. Como dito anteriormente, o mesmo, é mau prestado e põe em risco a vida dos passageiros.

Existem diversos fatores que me colocam nessa conclusão e tenho certeza que centenas de outros usuários concordam comigo, principalmente os dos ramais Japeri e santa cruz.

Especialmente nesses ramais mas não somente neles os trens estão simplesmente sucateados, as estações da central a Deodoro estão apenas maquiadas, mas nas demais nem mesmo maquiagem tem. Tivemos um leve adoçar da boca com a vinda dos três coreanos, exclusivamente para o PAN, e com a promessa que todos os trens passariam a estar nesses padrões. A Maioria só opera até Deodoro, alguns para campo Grande e uns poucos para Nova Iguaçu. Assim como a bela estação de engenho de Dentro, que ganhou anexo um estádio de futebol feito as pressas. Acreditei nisso. Ledo engano.

Os trens continuam colocando em risco a vida dos passageiros, não só pelo estado deplorável que se encontram , mas também por terem seus sistemas de emergência arrancados. A estações de Olinda é uma grande piada. O engenheiro que fez aquilo nunca andou e nunca pretende andar de trem. Fez uma rampa, ai vocês pensariam: “ isso foi para os deficientes”. Mas o Cara fez Oito lances de rampa!!! Um absurdo! Sem cotar que o acesso em caso de emergência para os carros de socorro não existe. As estações estão todas nas mesmas condições. O que acontecerá em uma emergência?

Vou dizer o que já presenciei.

por duas vezes tive a péssima experiência com acidentes na supervia, já presenciei outros tantos e já soube de vários.

Contudo o que me chamou a atenção não foi o acidente em si, que já deveria ser o bastante visto a freqüência com que ocorrem, mas sim a falta de ações de segurança para proteger os clientes no caso de eles acontecerem. Isso mesmo Clientes! Você já deve estar acostumado a ser chamado de cliente, mas está acostumado a ser tratado como um?

Embora sejamos tratados como gado levados todos os dias para pastar em seus trabalhos, somos clientes e devemos pedir nosso direitos. Pedir não, exigir!!!

Em uma bela noite tive minha primeira experiência acidental na supervia, isso não inclui as diversas vezes que somos obrigados a deixar o trem por ele ficar avariado, parado em alguma estação.

Estava eu conversando com uma amiga próximo a divisão de vagões quando fui surpreendido por uma forte descarga que ocorreu na rede elétrica logo acima de mim. Essa descarga lançou fagulhas e fuligem em todos que estavam perto. Como já estamos burramente acostumados a esses problemas, tomamos o susto mas retornamos aos nossos lugares. Foi então que outra ainda mais forte ocorreu, em seguida, uma terceira. Então a confusão foi geral. Todos correndo, muitos chorando e gritando desesperados, outros passando mal. Uma desordem total.

Nosso trem parou bem em um cruzamento de linhas. Tivemos que andar pelos trilhos de são-Cristóvão até a Mangueira e ainda ficamos aguardando o favor da supervia mandar outro trem nos buscar exatamente por 3 horas.

A segunda experiência me preocupou ainda mais.

Em uma manhã de segunda feira com o trem um pouco menos cheio que o de costume, mesmo assim, com toda a certeza, muito acima da capacidade segura de se levar seres humanos; indo de Nilópolis para a Central do Brasil. Uma dos ventiladores simplesmente estourou sobre as cabeças dos passageiros de um vagão posterior ao meu. OBS.: Estourou somente em São-Cristóvão (penúltima estação) porque só lá os ventiladores foram ligados, o que também é muito comum.

Com toda a fumaça muitas pessoas pensaram em incêndio e a confusão se formou. Foi então que percebemos que em nenhum dos vagões existiam extintores e as alavancas, botões ou válvulas de emergência para abrir as portas manualmente tinham sido arrancadas.

Então fica a pergunta:

Quem arrancou e de quem é a responsabilidade de recoloca-las?

A resposta da segunda pergunta é Supervia, sem dúvidas. Mas a primeira pergunta me deixou perplexo.

Primeiramente havia pensado nos vanda-los. “Esse poderiam ter arrancado as válvulas de emergência.” disse a mim mesmo.

Mas pensando bem, porque o fariam?

Essas válvulas os ajudam a abrir as portas durante a viagem. Um verdadeiro ato de vandalismo, mas quem já não deu graças a Deus por um vândalo desses abrir a porta no meio da viagem quando os ventiladores simplesmente não funcionavam? É, para cada ação (de deslecho como cliente) existe uma reação (de vandalismo de alguns).

Pensando melhor, só quem teria benefícios com a remoção das válvulas de emergência seria a própria supervia. Com isso os vândalos não conseguiriam mais abrir as portas durante a viagem. Nem eles e nem os cidadãos de bem em um momento de sufoco como o descrito acima.

Com o empurra-empurra parei uns dois vagões a frente do que estava, me perdi de um amigo e procurei por ele em outros dois. Sabe o que vi? Todos esses vagões não tinha a tal válvula para a abertura manual das portas. Todas elas tinham sido cerradas.

Se realmente tivesse ocorrido um incêndio, somente quem conseguisse passar pelas janelas sobreviveria. Uma lastima que poderia ter sido uma catástrofe. Imaginem as dezenas de mortos que poderiam haver em um acidente realmente sério?

No entanto esse não é todo o problema.

Temos problemas também com os seguranças e os PM do batalhão ferroviário.

Eles acham que todos nós somos ou camelôs ou vagabundos.

A PM do Batalhão Ferroviário é uma piada. São na verdade seguranças da supervia pagos com o dinheiro dos nossos impostos, pois só prestam serviço a supervia, muitas vezes espancando e usando de abuso de autoridade com os clientes.

Uma vez presenciei um despautério de um desses Pms.

Devido a grande palhaçada realizada pela supervia, fazendo com que os trabalhadores corram como idiotas atras dos trens que são anunciados em uma plataforma e transferidos para outra, e outra, e outra e assim por diante, alguns desenvolveram o costume de pular nas linhas para subirem em outras plataformas. Um jeito mais rápido para não perderem os trens que saem muitas vezes 5 segundos apôs terem sido anunciados.

Um rapaz pulou na linha e ao tentar subir em outra recebeu uma bela pancada de cassetete e um PM que estava na mesma. A Cara do coitado virou uma jaca na hora. Inchou tanto que o pessoal ficou preocupado. Com certeza ele arrebentou um belo vazo sanguíneo do rapaz. O Gado... ou melhor, Os clientes se revoltaram com o PM que quase foi enfrentado pela população se não fosse seus companheiros de farda.

O procedimento normal com o pulador de estações, ao meu ver; seria espera-lo subir, prende-lo ou adverti-lo. Mas não! A nossa PM não! Eles que se sentem como centuriões romanos a serviço do imperados. Acham que podem tudo com os pobres e são cachorrinhos dos ricos.

Quem comete alguma infração no trem não tem muito para onde fugir, mas a PM não esta preocupada em correr atras do infrator. Correr cansa muito.

Então ao invés de informar o vagão e a descrição do infrator, até mesmo por fotos de celular; quem não tem um hoje em dia; para que ele seja detido mais a frente, ele preferem dar tapas na cara e cacetadas nos manés que ficam pendurados nas portas.

Essa é a nossa PM. Sempre procurando fazer o mais fácil, mesmo que não seja o mais correto. Esses são empregados da supervia, pois não vi nenhum deles prender,dar na cara ou tacar cacetadas em nenhum funcionário ou executivo da supervia por cometer os crimes de negligência, agressão e etc.

Não dá para continuar assim.

Vejam:

http://www.anovademocracia.com.br/index.php/Trabalhadores-sao-assassinados-no-trem-fantasma-da-SuperVia.html

http://fotografando.spaceblog.com.br/98703/USUARIOS-ESTAO-FULOS-DA-VIDA-COM-A-SUPERVIA/

http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL96861-5606,00.html

http://vvviiidddaaa.blogspot.com/2007/12/supervia-crucis.html

Inversão de Valores

Total inversão de valores.

Quem é do Rio de Janeiro hoje acordou com uma notícia nos jornais a respeito de um travesti que supostamente foi agredido por um padre em na Igreja Matriz de São Gonçalo.

Vemos os valores invertidos na nossa sociedade que só deu voz ao tal do travesti, que se disse agredido por palavra e e fisicamente. Em nenhum momentos os jornais ouviram as centenas de fiéis que estavam presentes no local, ou melhor, não publicaram o que ouviram, porque não interessa.

Segundo o Travesti, o padre o agrediu gratuitamente em seu sermão e ele foi ao altar se defender quando foi enforcado e agredido a chutes. Esse é a história contada nos jornais, mas a história contada pelas dezenas de testemunhas é bem diferente.

Vejam:

EU ESTAVA LÁ!
Arthur Nogueira 27/07/2008 03:54
a.nogueira@gmail.com.br

Eu presenciei a cena de enforcamento! Na verdade o padre estava celebrando a missa, e o travesti se ajoelhou ao pé do padre, como que pedindo uma bênção.

Foi então que todos perceberam que o travesti tentou erguer a batina do padre para praticar sexo oral no altar. O padre assustado, tentou empurrar o travesti para trás segurando-o pelo pescoço. Não houve enforcamento de fato.

O travesti gritou para o padre que queria só fazer uma gulosinha...

(desculpe os termos)

Outros ainda disserem que o travesti chamou o padre de macaco (ele é negro) e tentou receber a comunhão na celebração.

Em nenhuma das publicações vi alguém publicar o que as testemunhas tinham a dizer. Só conseguimos algo nos comentários das notícias.

É lamentável como hoje tiramos os créditos das palavras de pessoas idóneas e os damos a quem pode vender mais jornal com polémicas. pode crê que hoje isso vai estar no programa superpobre da rede tv. Julgando sem ter presenciado e pode ser até que o tal do travesti esteja lá para firmar suas mentiras.

É lamentável a onde estamos chegando. A cada dia percebo que o Apocalipse está acontecendo e a apostasia de muitos parece ter adormecido alguns do corpo da Igreja.

A Alguns anos na minha paróquia (São Sebastião de Olinda em Nilópolis aconteceu um caso também polémico onde nenhum dos fiéis , nem o padre e nem o Bispo presente tiveram voz, mas somente quem arrumou a confusão).

O Ocorrido Foi o Seguinte.

Uma dançarina Brasileira queria se casar com um turista alemão. Quando foram até a minha paróquia eles foram questionados a respeito de suas documentações, batistério , certidão e etc.

Com isso se descobriu que ela não era batizada na Igreja e nem ele tinha qualquer documentação que comprovasse o mesmo. O Padre que até então era o Pe. Geraldo Magela disse que era necessário a documentação,se ela não existisse eles precisariam ser batizados do contrário nada feito.

A Mulher armou um barraco foi embora. Acho que em um ato de providência de Deus neste dia o Bispo que no momento era Dom Werner Siebenbrock, hoje Bispo de Governador Valadares MG, estava presente. Detalhe, ele também é Alemão.

no dia posterior a mulher, que depois se soube que era uma ilustre desconhecida que havia participado do clipe da musica Mambo Nº 5 do cantor Lou Bega, apareceu com a rede globo na sua cola, armando outro barraco e afirmando que o Padre e o bispo não queriam realizar o casamento porque ela era negra e o alemão , obviamente, branco. Disse ainda que o Bispo havia tentado convencer o Alemão a não se casar com ela.

Minha mãe estava presente e disse que não houve nada disso. Ela apenas queria se casar , mas não queria ser batizada e o padre afirmou categoricamente que não realizaria a cerimonia nessas condições.

Acho que a Igreja deveria tomar medias extremas e só realizar casamentos, batizados, crismas e afins a membros ativos da Igreja. O Batizado não se pode negar, eu sei, mas deveria ser ministrado com mais cautela.

retornando ao assunto, nossa Igreja não tem mais voz e qualquer um que queira levantar-se contra ela terá em sua direção câmeras, holofotes e microfones a disposição, prontos a amplificarem seus protestos.

Deixo aqui a minha indignação.

Leonardo Campos

sexta-feira, 25 de julho de 2008




Lista dos Sumos Pontífices da Igreja fundada por Cristo

Por Rogério Amaral Silva

Fonte: A Igreja do Deus vivo - Curso bíblico popular sobre...

SOBRE A SUCESSÃO APOSTÓLICA (Republicação do dia 23/12/2002)

Eis uma das grandes riquezas da Santa Igreja Católica: sua história, sua tradição, seus 2000 anos de história representados por esta ilustríssima lista de todos os Sumo Pontífices que governaram a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, existem vários documentos que relatam a seqüência dos Papas, como por exemplo a Bíblia, enciclopédias, jornais, revistas, etc...

Na enciclopédia Barsa, volume 12, página 43, pode-se encontrar uma lista com todos os Papas, desde São Pedro a João Paulo II. Existem documentos históricos que comprovam a sucessão; desses podemos destacar a obra "Contra as Heresias" (Adversus Haereses) de Santo Irineu de Lião, escrita por volta de 180 d.C., século II, este escrito dá um testemunho da lista de Papas, desde o primeiro bispo de Roma, São Pedro até o bispo contemporâneo da obra de Santo Irineu, Santo Eleutério, 12º sucessor do bispo de Roma; a obra "Liber Pontificalis", escrito no século VI, apresenta uma lista de São Pedro até Félix II (526-530), esses documentos são respeitados pela história oficial. Confira a lista abaixo alguns dados biográficos dos Papas, de São Pedro a João Paulo II. Serão mostrados os testemunhos patrísticos que confirmam a sucessão apostólica, existem vários documentos que comprovam que a Igreja de Jesus Cristo não acabou após a morte dos apóstolos, não podemos nos esquecer que em Mateus 28,19-20 Jesus Cristo disse aos apóstolos: "Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo." Notemos para o "ATÉ O FIM DO MUNDO", Para isso tornar-se-ia necessária a ordenação de pessoas para continuar nesta missão. Quando Nosso Senhor disse que estaria "convosco" (os apóstolos) até o fim do mundo, ele quis dizer que estaria com a sua Igreja, que é formada por seus 12 escolhidos inicialmente e posteriormente por seus sucessores da lista que segue.

Mesmo a história confirma a sucessão apostólica ao longo dos vinte séculos de cristinianismo e que o Papa sempre foi a figura central da Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Através de pesquisas feitas em escritos dos sacerdotes dos primeiros séculos da era cristã como por exemplo Santo Inácio de Antioquia, Santo Irineu de Lyon, São Cipriano, São Justino, São Clemente de Roma, Santo Agostinho, e inúmeros outros comprovam que a Igreja fundada por Jesus Cristo da forma como é narrada na Bíblia, ja era uma instituição organizada e hierarquizada. Muitos confundem o termo religião com igreja; na verdade igreja é uma instituição, um conjunto de pessoas com determinado fim, no caso da igreja seu fim é doutrinar a humanidade, já a religião é mais abstrata, ela é um conjunto de idéias, ela corresponde à doutrina pregada na igreja.

Assim, Cientistas Políticos, Sociólogos, etc constataram que o catolicismo é constituído de uma doutrina (uma religião) pregada por uma Igreja (a Igreja Católica no caso), já o cristianismo é uma religião, composto pela Igreja de Jesus Cristo, que como foi visto é a Igreja Católica Apostólica Romana, e pelas demais igrejas que incorreram em cisma, heresia ou apostasia, mas se dizem cristãos, como o protestantismo (que é composto de milhares de "igrejas"), a gnose, a Igreja dita Ortodoxa e vários outros. A genuína doutrina cristã se confunde com a doutrina pregada pela Igreja Católica, ou seja, catolicismo e cristianismo genuíno se confundem.

A lista está na ordem cronológica e dividida por séculos para facilitar a pesquisa, não estão incluídos os anti-papas, que foram clérigos eleitos ilegitimamente, ou seja, nesse caso houve uma usurpação do cargo pontifício, a lista que se segue foi retirado da obra "A Igreja do Deus vivo - Curso bíblico popular sobre a verdadeira Igreja" da Editora Vozes, por Frei Battistini. A lista foi dividida em séculos, clique nos séculos para acessá-la.


Papas dos séculos I ao V
Papas dos séculos VI ao X
Papas dos séculos XI ao XV
Papas dos séculos XVI ao XX

A Igreja Católica na China



A Igreja Católica na China

Nós Brasileiros quase não conseguimos imaginar o que seja uma perseguição religiosa, mas não é novidade para ninguém que muitos países principalmente na Ásia promovem tais eventos.

No dia 30 de Junho de 2007 Sua Santidade o Papa Bento XVI escreveu aos fiéis da Igreja Católica da China com o intuito de confortar-los e orienta-los com relação aos eventos que infelizmente ainda ocorrem por lá.

Em sua Carta o Papa Bento felicita os fiéis leigos e clérigos pela perseverança em guardar a fé em um país que não vem permitindo a manifestação da fé católica em seus territórios. Com essa carta também, o Papa Bento esclarece que a intenção da Igreja não é de forma nenhuma ter poder político, mas apenas guardar na fé os fiéis , orientando-os nos caminhos de Cristo. Veja abaixo um trecho da Carta:

Por isso, também a Igreja católica que está na China tem a missão não de mudar a estrutura ou a administração do Estado, mas de anunciar aos homens Cristo, Salvador do mundo, apoiando-se — no exercício do próprio apostolado — no poder de Deus.

Como lembrava na minha Encíclica Deus caritas est, « a Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política para realizar a sociedade mais justa possível. Não pode nem deve colocar-se no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça. Deve inserir-se nela pela via da argumentação racional e deve despertar as forças espirituais, sem as quais a justiça, que sempre requer renúncias também, não poderá afirmar-se nem prosperar. A sociedade justa não pode ser obra da Igreja; deve ser realizada pela política. Mas toca à Igreja, e profundamente, o empenhar-se pela justiça trabalhando para a abertura da inteligência e da vontade às exigências do bem ».À luz destes princípios irrenunciáveis, a solução dos problemas existentes não pode ser procurada através de um conflito permanente com as legítimas Autoridades civis; ao mesmo tempo, porém, não é aceitável uma rendição às mesmas quando elas interferem indevidamente em matérias relacionadas com a fé e a disciplina da Igreja. As Autoridades civis bem sabem que a Igreja, no seu ensinamento, convida os fiéis a serem bons cidadãos, colaboradores respeitosos e ativos do bem comum no seu País, mas é também claro que ela pede ao Estado para garantir aos mesmos cidadãos católicos o pleno exercício da sua fé, no respeito de uma autêntica liberdade religiosa.”

A Carta do Santo Padre também enfatiza, citando o Concílio vaticano II, que o diálogo com outras culturas , religiosas e consequentemente políticas devem existir, mas que devemos prestar a devida atenção para não suprimirmos a verdade de Cristo:

Por isso o Concílio Vaticano II destaca que « o respeito e o amor devem estender-se também àqueles que pensam ou atuam diferentemente de nós em matéria social, política ou até religiosa. Aliás, quanto mais intimamente compreendemos, com delicadeza e caridade, a sua maneira de ver, tanto mais facilmente poderemos com eles dialogar ». Mas, como o mesmo Concílio nos adverte, « este amor e benevolência de modo algum nos devem tornar indiferentes perante a verdade e o bem ».

Destaca também a intenção de alguns organismos inseridos no Estadoem comandar e tomar a frente da Igreja .

Considerando o « desígnio primordial de Jesus », torna-se evidente que a pretensão de alguns organismos, queridos pelo Estado e alheios à estrutura da Igreja, de se colocarem acima dos mesmos Bispos e de dirigirem a vida da comunidade eclesial, não corresponde à doutrina católica, segundo a qual a Igreja é « apostólica », como também reafirmou o Concílio Vaticano II. A Igreja é apostólica « pela sua origem, sendo construída sobre o ‘‘fundamento dos Apóstolos'' (Ef 2,20); pelo ensino, que é o mesmo dos Apóstolos; pela sua estrutura, enquanto instruída, santificada e governada, até ao regresso de Cristo, pelos Apóstolos, graças aos seus sucessores, os Bispos em comunhão com o sucessor de Pedro ».Portanto, em cada uma das Igrejas particulares, só « o Bispo diocesano apascenta em nome do Senhor o rebanho, que lhe está confiado, como seu pastor próprio, ordinário e imediato » e, a nível nacional, somente uma legítima Conferência Episcopal pode formular orientações pastorais válidas para a comunidade católica inteira do País interessado.[

Devemos, através das dificuldades destacadas nesta carta ao Fiéis da China dar graças pois ainda podemos nos manifestar Cristãos Católicos, ma devemos faze-lo logo, porque também aqui forças estatais querem tomar a frente de nossa amada Igreja , tonando-a uma instituição política.

As autoridades Chinesas não tardaram e logo proibiram a publicação da carta em sites sites Chinese.

No dia seguinte, a maior parte destes sites haviam retirado a carta do Papa. Segundo o Sacerdote Responsável por um dos sites, registrado ante as autoridades, a retirada aconteceu por ordem das autoridades chinesas.


Só cinco sites continuam publicando a carta, quase todos realizados por católicos clandestinos.

Um sacerdote revela que recebeu a visita das autoridades em 29 de junho, mas não lhe haviam negado a possibilidade de publicar a carta do Papa, mas em 1º de julho, recebeu a ordem de que não tinha autorização para publicar o documento pontifício.

A agência católica UCANews, da Conferência dos Episcopados Católicos da Ásia, confirmou por sua vez as ordens por parte das autoridades chinesas de retirar a carta do Papa de sites católicos na internet.

Por: Nadinho

Fontes: Santa Sé , Sacramusic.com

quinta-feira, 24 de julho de 2008

AS PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Por Prof. Rui Machado

A certeza da existência de Deus não é evidente, de modo que se possa alcançá-la sem a ajuda da razão. Não é, portanto, possível uma demonstração a priori da existência de Deus, porque esta tem, obrigatoriamente, que partir do conhecimento do finito até chegar ao infinito. Contudo, existem provas bastante objetivas de que existe um Deus, apesar de agnósticos e ateus deturparem essas provas. De qualquer forma, a aceitação de Deus pela fé, por sua vez, não está condicionada a argumentos racionais, mas a fé pressupõe o conhecimento natural. Santo Tomás pretendeu, assim, demonstrar a existência de Deus por cinco “vias”, que se dividem em dinâmicas (aristotélicas) e estáticas (platônicas). Por essas cinco “vias”, pode-se chegar a um conhecimento de Deus por analogia. As três primeiras dessas “vias” constituem-se no argumento cosmológico, porque partem do movimento, da causalidade e da contingência das coisas criadas até chegar até Deus, e, a despeito de ter sido deturpado, esse argumento nunca foi devidamente refutado, seja pelo agnosticismo ateísta, seja pelo agnosticismo protestante de Kant.




As cinco vias

Deus, Motor imóvel (primeira via)
Deus, Primeira Causa (segunda via)
Deus, Ser necessário (terceira via)
Deus, Ser perfeitíssimo (quarta via)
Deus, causa final de todas as coisas (quinta via)

Primeira, segunda e terceira vias: explicitando o argumento cosmológico

Iremos analisar aqui, de preferência, o argumento cosmológico, por ser o mais conhecido.

Pode-se, por este argumento, chegar a uma demonstração da existência de Deus, posto que sabemos que causa e efeito são uma realidade. Logo, nenhuma mudança ou “vir-a-ser” pode dar-se sem uma causa. Na verdade, isto faz do Universo um enorme complexo de séries causais, que se confrontam, dando origem aos acasos. Uma série causal, por sua vez, é um conjunto de causas encadeadas, de forma que cada uma é causa eficiente da seguinte, e todas são efeitos de uma primeira causa que dá sustentação a toda série, uma primeira causa não-causada.

Como chegamos a isso? Vamos analisar passo a passo como se dá o movimento em cada uma das séries causais:

Sabemos, realmente, que, do nada, nada pode surgir (“Ex nihilo nihil fit”), até porque é absolutamente irracional pensar, e nunca se soube, por experiência alguma, que, do nada, pudesse surgir alguma coisa. Isso seria, na realidade, um acaso desprovido de causas, quando, na verdade, o acaso nada mais é do que o encontro de duas ou mais causas pré-existentes. Se algumas partículas parecem provir do nada, isso só reflete o fato da moderna mecânica quântica estar descobrindo o que seria, na realidade, um outro nível da “matéria”. De qualquer forma, nada do que surge, está isento de “condições”.

Diante disso, a única saída para o ateísmo, que se nega a admitir a “primeira causa”, seria considerar eternas as cadeias de causalidade, ou séries causais, o que nós discordamos por razões filosóficas. Não podemos regredir as causas “ad infinitum” porque isso seria ilógico. Teríamos, na realidade, efeitos sem causa, o que seria uma verdadeira violação do princípio da causalidade. Não havendo causalidade eficiente, uma vez que todas as causas possíveis seriam efeitos, não haveria, na realidade, nenhuma causalidade. Por esta razão, pode-se crer que quem assim sugere, age como quem não pensa verdadeiramente no infinito, mas em algo que tende ao infinito. Aceitar que uma cadeia de causas possa tender ao infinito não é o mesmo que dizer que ela é infinita. Ainda que se sugira que ela possa tender ao infinito, continuará necessitando de uma primeira causa, porque é absurdo que seja infinita. Em outras palavras, ter-se-ia que admitir, no infinito, uma primeira causa, o que eliminaria, de fato, o infinito. Afinal, não se explica o movimento dos vagões que se puxam um ao outro, eliminando-se a locomotiva, e aumentando infinitamente o número de vagões. Ainda que se quisesse, não se chegaria à explicação alguma, procurando-a no infinito. Ainda que se supusesse um movimento eterno, a interrupção, a mudança de direção, a passagem de um movimento ao outro não se explicariam sem a ação de uma causa.

Tem-se que a forma simples e ingênua que os ateus pensaram ter encontrado, para impugnar o argumento da “primeira causa”, foi equiparar a única verdadeira causa com causas, que, no fundo, não são causas, mas efeitos. “Se tudo necessita de uma causa, então Deus também necessita de uma causa”, dizem os céticos. Seria o caso dos ateus provarem que tudo tem, necessariamente, que ter uma causa. Como tal sentença não se pode sustentar, uma vez que não leva em conta a possibilidade de uma coisa poder existir por si mesma, apenas constata-se que, quando alguma coisa não se justifica por si mesma, tem uma causa diferente de si mesma. Assim, o que é móvel e contingente é, visivelmente, efeito de uma causa, o que não obriga à não-existência de algo que exista por si mesmo.

Por esta razão, dizemos que quem não aceita o argumento da “primeira causa”, na realidade, nunca o entendeu. Perguntar quem criou Deus é absurdo, pelo fato de que não precisa de qualquer causa para existir, por ser imutável. O mundo também não precisaria de causa para existir, caso fosse imutável. Mas, se ele muda, é de se prever que algo o impulsiona à mudança. Se ele se move, não pode ser causa de si mesmo. Causa e efeito não se confundem. Há de se procurar uma causa que não seja efeito, e que, por isso, seja única verdadeira causa e fundamento de toda causalidade. Isto porque é causa de todas as causas que, no fundo, não vêm a ser causas, mas efeitos, o que exige que seja imutável. Isso descarta, de uma vez só, o ateísmo e o panteísmo.

Não havendo uma verdadeira causa, como os efeitos poderiam sustentar toda a causalidade de uma série causal? Faz-se necessária a existência de uma causa que não seja efeito. Segundo o “princípio da razão suficiente”, todas as coisas ou eventos são reais quando existe uma razão suficiente para sua existência. Por outro lado, já vimos que não é verdade que “tudo necessita de uma causa”. O axioma verdadeiro baseia-se na verificação de que aquilo que não se justifica por si mesmo, que não se mantém, nem se explica por si mesmo, precisa de uma causa diferente de si mesma. Nada obriga à não-existência de uma causa não-causada.

É também falsa a alegação de que acreditar numa causa não-causada seja tão absurdo quanto crer que a cadeia de causas possa regredir ao infinito, só pelo fato de uma causa não-causada nunca ter sido observada. Na verdade, é assim que o positivismo de Auguste Comte pretende negar todos os postulados da metafísica, e faz isso como se a ciência também não deduzisse nada através de simples rastros, ou efeitos.

Ora, uma causa não-causada não é impossível. Por acaso, que uma causa seja também efeito é da natureza da causação? Verifica-se que só pode haver uma causa não-causada, porque, para que a causalidade seja eficiente, é necessário haver uma causa que não seja efeito, do contrário, toda causalidade estaria comprometida. A despeito disso, há, no mundo, verdadeiras causas secundárias, que causam verdadeiramente os seus efeitos, mas que devem sua existência à causa primeira, por serem efeitos dela. Essa existência é a base da causação secundária, mas não de modo que toda e qualquer causa tenha que ser efeito de outra causa. Quanto à causa não-causada, isso não torna absurda a sua existência, antes a torna necessária.

Algumas saídas foram propostas para explicar a mutabilidade do mundo sem que se precise recorrer a Deus, mas nenhuma delas tem consistência alguma:

1. Pensar, por exemplo, que o tempo seja cíclico, num circuito de causas, é o mesmo que imaginar que eu possa ser o pai do meu bisavô ou filho do meu bisneto, ao menos que se pensasse também numa razão universal que controlasse todo esse processo, enfim, uma “primeira causa”, que seria, de fato, a causa eficiente de todos os fenômenos ou causas aparentes. O que determinaria, por exemplo, qual a extensão desse circuito?

2. Imaginar, por sua vez, uma realidade que seja dinâmica, onde todas as coisas “fluem”, é o mesmo que dizer que as coisas mudam porque têm que mudar. O que as obrigaria à mudança? Não há dúvidas de que um mundo onde as coisas mudam porque têm que mudar é um mundo sem nenhuma causalidade. Sabemos que esse mundo não existe, porque as coisas só mudam porque alguma coisa as impulsiona à mudança.

3. Por último, pensar que toda a causalidade não passa de uma ilusão, como Hume ou Kant, não é muito sensato, nem muito científico. Nada muda sem ter tido uma causa própria e específica, do contrário a própria ciência seria uma fantasia. Não haveria nada a se descobrir, além de que isso inviabilizaria todo o conhecimento, porque nada teria razão de ser.

Além disso, o princípio da causalidade é um princípio lógico e necessário à própria inteligibilidade do mundo. Não podemos argumentar ou contra-argumentar tomando por base aquilo que não se evidencia, nem pode ser demonstrado, como fazem todas essas pretensas “saídas” que contemplamos.

Desde a pré-história, o homem observa os fenômenos e é capaz de ligar causas a seus efeitos. Negando-se o princípio da causalidade, a razão não teria onde se sustentar. Por outro lado, se é possível afirmar que é pela razão que temos ciência desse mesmo princípio, creio ser ainda mais possível afirmar justamente o oposto: que é a razão que nasce com a causalidade. Do contrário, como poderia a razão ser causa dela mesma? Logo, a causalidade é anterior à própria razão, porque ela força a existência da própria razão. Por isso mesmo, Santo Tomás de Aquino ensinou que não se pode demonstrar a existência de Deus a priori, mas esta demonstração supõe a existência do princípio da causalidade, que é necessário à inteligibilidade.

Pode-se argumentar que, se há diferentes séries causais, há diferentes movimentos, e que cada movimento exige um motor diferente. Aristóteles postulava a existência de vários motores imóveis. Logo, como se pode saber que Deus seja a primeira causa de cada uma das séries causais?

Não importando quantas séries causais possam existir:

- As razões que nos levam a afirmar que Deus existe forçam-nos também a concluir que ele é só um. Se houvesse vários deuses, teriam de se distinguir por alguma diferença, visto que, sendo imateriais, não poderiam ser individuados pela matéria. E a diferença seria necessariamente uma perfeição que pertencesse a um e não aos outros, que, assim, não seriam absolutamente perfeitos. Não pode, portanto, haver senão um Deus.

- É a matéria a origem dos encontros de séries causais, e efeitos acidentais; e é nisso, como disse, que consiste o acaso.

- Cada uma das séries causais primordiais, ao menos no mundo físico, parece ter surgido, embora independente, concomitantemente à existência da matéria no tempo e no espaço, na dita “grande explosão” (“Big Bang”).

Pode-se defender tal coisa de um ponto de vista científico?

Se a existência tem sentido, se pode ser explicada (assim como quer a ciência com todo o mundo natural), então a hipótese de um ser que contenha em si próprio a essência de existir é uma condição sine qua non para esse problema. Mas se partimos do princípio que a existência não demanda e nem tem explicação (princípio, aliás, muito confortável para os ateus e afins), então, por conseqüência, nenhum dos eventos naturais teriam explicação, nem tão pouco careceriam de uma, mas a realidade ao nosso redor é absolutamente contra esse princípio. Ou se abraça a ciência e, com ela, o Ser Absoluto, ou ninguém explica mais nada, o mundo é sem sentido e com isso jogamos fora todo o nosso conhecimento.

Terceira e quarta vias: Ser necessário e ser perfeitíssimo

A causalidade está ligada à natureza dos seres contingentes. Um ser contingente é um ser que, de si mesmo, em nada se obriga a existir. Existe, mas a sua existência não se faz necessária em si mesma. Um exemplo é a vida na Terra. A vida na Terra poderia não ter ocorrido, se não o planeta não tivesse conhecido os fatores necessários ao seu desenvolvimento. Caso isso ocorresse, o planeta apenas seguiria o curso dos outros planetas onde a vida não desenvolveu.

Um ser contingente poderia nunca ter existido, ou seja, a sua existência não se faz necessária em si mesma. Na verdade, um ser contingente existe, mas poderia nunca ter existido, se algo não o tivesse causado. Isto porque deve a sua existência a outro ser que o causa, ou seja, torna a sua existência possível. Um ser contingente, portanto, faz a sua existência depender de outro. Temos, por exemplo, que a origem da vida na Terra dependeu de uma série de fatores.

Para que algo não seja contingente, tem que existir por si mesmo.

Para que uma coisa possa existir por si mesma, poderíamos pensar em duas opções:

- ela teria que ser causa de si mesma

- ela teria que ser eterna (existir sempre).

Para que uma coisa pudesse ser causa de si mesma, teria que ser anterior a si mesma. Haveria, nesse caso, um grave problema de lógica. Só resta uma opção: ser eterna

Um desafio que deve ser feito aos ateus é apontar uma só coisa que exista agora e que tenha existido sempre. Não vale o Universo, porque, a despeito do Universo ser tratado pelos ateus como uma coisa ou uma entidade, ele não é uma coisa ou entidade. O Universo é um conjunto de séries causais independentes que se encontram dando origem ao nosso popular “acaso”. A existência de “sistemas algorítmicos”, onde subsistem uma multiplicidade de causas, é prova suficiente disso. Espaço, tempo e energia também não são coisas, nem entidades. Espaço e tempo são, respectivamente, as dimensões horizontal e vertical da causalidade. Energia é o próprio movimento impresso pela Causa primeira, o qual existe na forma de potencialidade e de atualidade. Leis também servem. Leis não têm causas, porque uma lei nada mais é do que a descrição de uma relação de causa e efeito.

Por outro lado, é impossível demonstrar que “tudo o que existe precisa de uma causa”, porque isso eliminaria a possibilidade de algo existir por si mesmo (existir sempre na mesma forma). O princípio da causalidade não impede que algo exista por si mesmo, porque, do contrário, o mesmo princípio não poderia existir por si mesmo. O que permitiria a existência do princípio da causalidade?

Além disso, a existência não demanda uma causa. O que demanda é a contingência, melhor ainda, a potência, o poder “vir-a-ser”, porque só o que mudou do que era para o que é, ou mudará, demanda uma causa. Para que se possa estabelecer a tese de que a existência demanda uma causa, ter-se-ia que provar primeiro a existência do “nada”, o que a metafísica e a moderna mecânica quântica negam que exista.

Deus não criou o melhor dos mundos possíveis. Podemos percebermos a contingência do mundo (contigentia mundi), inclusive, imaginando que pudessem existir infinitos mundos paralelos, isto é, sem qualquer ponte que os unisse, e, correspondentemente, não possuindo, para nós, qualquer existência efetiva. Cada um dos mundos poderia ser idêntico ao nosso, ou não, entendendo que Deus é um Ser necessário e independente, e o mundo um apêndice contingente-dependente. Em razão disso, podemos responder satisfatoriamente a um argumento muito utilizado pelos céticos, que consiste em alegar que o perfeito não pode gerar o imperfeito:

O Ser Supremo possui, em si, tudo aquilo que é capaz de preencher, ou, como diríamos, o bem absoluto e total (infinito), de modo que nada pode adicionar-se a ele. O mundo é um apêndice, que, de maneira nenhuma, completa aquilo que Deus é, mas depende infinitamente dele, tanto quanto o Ser Supremo não depende infinitamente de nada. Deus mantém o cosmos livremente, de modo que todo o bem de que o cosmos se constitui, é ganho e não perda. Deus nada deve ao mundo, de modo que, de acordo com a sua “disposição”, o bem de que o mundo se constitui pode variar desde o não-ente (conjunto vazio = mal absoluto), até o limite do bem infinito, embora não possa atingir o bem infinito, porque isso significaria ser igual a Deus. Isso significa que poderiam existir mundos melhores ou piores do que o nosso, embora não possa existir um Deus melhor ou pior do que o nosso. Santo Tomás de Aquino argumenta, também, que a existência, no mundo, de diferentes graus de perfeição sugere que Deus seja a fonte das perfeições dos outros seres (quarta via).

O bem relativo é perfeitamente atingível pela disposição de Deus, mas o bem infinito não é atingível, porque o mal absoluto é absoluto, o que equivale a um conjunto vazio, mas não é infinito. O bem infinito, por sua vez, não é atingível, porque ele já existe em Deus.

Na distância que separa o absoluto não-ente e o bem infinito, Deus pode manter o mundo. Não se diz que ele cria o mundo, senão que este deriva dele, uma vez que o verbo “criar” implica em algo que se realiza no tempo, mas podemos dizer também que Deus mantém o seu mundo (e para Santo Tomás, não é possível demonstrar racionalmente que o mundo tenha tido um começo).

A distância que separa o não-ente do bem infinito é, de fato, uma distância infinita, de sorte que Deus não pode manter um cosmos que se equipare a ele, porque não pode duplicar-se. Com isso, dizemos que a distância é verdadeiramente infinita, de sorte que, por esse percurso, que passamos a chamar a partir de agora de “percurso infinito”, não se pode atingir o bem infinito, embora se entenda que Deus é perfeitamente livre para manter o cosmos que desejar e seja “onipotente”. Isso explica, por exemplo, porque Deus não pode, fazendo alusão a algo cognoscível, manter um cosmos que atinja o ponto final do “percurso infinito” ou o ultrapasse (o que seria absurdo, uma vez que Deus é infinito), embora isso seja pensável pelo fato de que a nossa mente, acostumada com o analógico, que começa por considerar separadamente os elementos duma definição contraditória, só quando os quer ligar reconhece a sua impossibilidade. Assim, no senso comum, diríamos que isso explica porque Deus não pode fazer uma pedra que ele mesmo não possa carregar. Conforme dissemos, não se trata de Deus não poder fazer a pedra, mas que, por se tratar de um “percurso infinito”, esse feito é inatingível.

Quinta via: o argumento teleológico

Parece inegável, por exemplo, que a árvore está destinada a produzir a semente, e esta a dar origem a outra árvore, embora nem todo acontecimento da natureza envolva finalidade de ou para alguma coisa, pois existem os encontros acidentais de causas, ou acasos. Há, no entanto, ocasiões em que o agente natural age inconscientemente para um fim, como no caso da árvore ou da semente.

Se há causalidade, é imprescindível que haja finalidade, posto que não há causa sem efeito.

O contrário de se admitir o princípio da causalidade, seja por se seguir Hume ou Kant, é admitir que, do nada, pode surgir alguma coisa. É mais absurdo crer nisso do que em contos de fadas, porque, além de ser uma premissa não provada, é contrária à própria razão. Se admitíssemos isso, não poderíamos procurar a razão de nada, posto que o princípio da causalidade seria um absurdo. Isso não poderia explicar, de forma alguma, o surgimento de toda a sorte de coisas, inclusive seres que se complementam, como macho e fêmea, uma vez que é impossível dizer não terem sido projetados para uma finalidade. De qualquer forma que seja, aquele “relojoeiro cego”, dos ateus, por ser cego, não vê adiante, não planeja conseqüências, não tem finalidades em vista. No entanto, os ateus poderiam dizer que essa aparente finalidade é um produto de ensaio e erro, ou talvez um produto de uma regularidade natural. Ensaio e erro? Mas de quem?

Produto de uma regularidade natural? O que impede de ser diferente?

Esses argumentos, para mim, já são mais do que suficientes para provar a existência de Deus e de como o ateísmo é ingênuo. Provas a favor da inexistência desses princípios lógicos não são sustentáveis.

Deus pode ser entendido enquanto princípio e fim de todas as coisas. Não é sensato pensar que esse princípio e que esse fim não existam, até porque qualquer contra-argumentação nesse sentido só pode se sustentar na desconfiança em relação às provas fornecidas neste tópico. No entanto, para buscar entender essas provas, os ateus teriam que buscar, passo a passo, refazer o caminho pelo qual se chegou até elas, para que não aconteça de estarem refutando aquilo que, na verdade, nunca conheceram.

Refutação de argumentos dos céticos contrários às cinco vias

Quanto à prova do movimento, Guilherme de Ockham nega a validade dos dois princípios em que ela se funda. Na verdade, observa ele, pode-se razoavelmente afirmar que alguma coisa se move por si, como a alma ou o anjo, ou o próprio peso que tende para baixo; e que o processo ao infinito se dá freqüentemente na experiência, por exemplo, quando se fere em uma das extremidades um comprimento contínuo: a parte ferida moverá a parte mais próxima, e esta uma outra, e assim por diante infinitamente (Cent. theol.; Concl. I,D). Ockham também argumentou que a prova do movimento não teria qualquer valor para explicar, por exemplo, a existência de seres imateriais, como a alma ou o anjo, ou, como se podia pensar na época, a questão de um corpo em queda livre, onde o movido é também motor de sua queda.

Ora, para que alguma coisa possa existir por si mesma, teria que ser causa de si mesma ou existir sempre na mesma forma. Enfim, para que alguma coisa fosse causa de si mesma, teria de ser anterior a si mesma. O anjo não pode existir por si mesmo, porque está sujeito a mudar de operação, tampouco a alma que já animou um corpo. Assim, o que não se resolve pela prova do movimento, resolve-se pela prova da contingência. O peso não seria problema hoje, quando sabemos da gravidade e das leis envolvidas. Assim, as “quinque viae” não só formam uma unidade perfeita, como cada uma delas poderá ser usada na explicação dos casos mais particulares.

Hume rejeita a validade da prova cosmológica; indica (Dialogues on Natural Religion, IX) que não é necessário recorrer ao conjunto, ou ao conjunto de uma série (nem a nenhum membro fora da série) para explicar a existência dos membros da série. A explicação de cada um dos membros da série equivale à explicação de toda a série. Assim, portanto, um conjunto de membros é uma soma de membros, não uma entidade distinta dos membros que compõem o conjunto.

No caso de Hume, ele apenas ignora a dependência que existe dentro de cada uma das séries causais.

Kant argumenta que o princípio transcendental, segundo o qual inferimos uma causa de algo contingente, é aplicável apenas ao mundo sensível, mas não tem significações fora desse mundo. Tendo-se visto, segundo Kant, que a noção de causalidade é uma categoria aplicável à experiência, é inadmissível usá-la fora da experiência. Contudo, mesmo sendo a série de causas restrita a este mundo, não se justifica inferir a existência de uma primeira causa com base na impossibilidade de uma série infinita de causas. Além disso, haveria na prova cosmológica uma confusão entre a possibilidade lógica de um conceito de realidade e a possibilidade transcendental dessa realidade.

No que diz respeito a Kant e sua argumentação, vimos que o princípio da causalidade é a base de todo o conhecimento, portanto é o que de mais evidente a razão pode ter à sua disposição. Impugnando-o, como Kant pôde pretender conhecer os limites da própria razão?

A afirmação de que as leis do pensamento são as mesmas em todos os homens é lógica e natural em quem, como nós, entende que se pode concluir do que se vê para o que as coisas realmente são. Se verificamos, pela observação, que a natureza humana é idêntica nos outros homens e em nós, podemos afirmar que as leis naturais do seu pensamento devem ser as mesmas que as do nosso. Mas Kant, fechado em si mesmo pela sua teoria do númeno inacessível, não conhecendo dos outros senão as suas próprias percepções, que só têm valor subjetivo, e nada dizem sobre a realidade do objeto, como pode fundamentar tal afirmação? Há aí incoerência ou petição de princípio.

Desde a pré-história, o homem observa os fenômenos e é capaz de ligar causas a seus efeitos. Negando-se o princípio da causalidade, a razão não teria onde se sustentar. Por outro lado, se é possível afirmar que é pela razão que temos ciência desse mesmo princípio, creio ser ainda mais possível afirmar justamente o oposto: que é a razão que nasce com a causalidade, pois todo o nosso conhecimento racional tem base nos sentidos. Do contrário, como poderia o conhecimento racional ser causa de si mesmo, como postulava Kant? Logo, a causalidade é anterior à própria razão, porque ela força a utilização da própria razão.

Alguns céticos não hesitam em dizer que todas as provas metafísicas acerca da existência de Deus não passam de esforços lógicos para salvar o Deus cristão. Procuram, assim, invalidar as provas metafísicas, trazendo-as para a esfera do religioso, isto é, da fé, e não da razão. Quanto a isso, é interessante notar que os gregos antigos, que não estavam, de forma alguma, comprometidos com o cristianismo, tenham chegado ao conhecimento de Deus, com o uso da razão.

Fonte: www.sociedadecatolica.com.br